segunda-feira, 25 de março de 2013

Trocando Ideia: um dedo de prosa com Cláudio Jorge


Esta semana, a série Trocando Ideia teve a grande honra de entrevistar o cantor e compositor Cláudio Jorge – figura singular de nosso samba. 
Em seus mais de 35 anos de carreira, o autor já acompanhou importantes figuras da canção popular, como Cartola, João Nogueira, Nei Lopes, Aldir Blanc, Wilson das Neves, Ivan Lins, entre tantos outros. 
Prolífico compositor, suas canções já reverberaram nas vozes de estrelas conhecidas de nossa música, entre elas, Jorge Aragão, Luiz Carlos da Vila, Elymar Santos e Emílio Santiago, que nos deixou recentemente. 
No âmbito instrumental, teve a oportunidade de tocar ao lado de músicos como Luizão Maia, Raphael Rabello,  João Donato, Cristóvão Bastos, Jotinha, Maestro Rildo Hora, Gilson Peranzzeta, Marçalzinho, Nico Assunção, Luizinho Avelar e Ivan Machado.
Não deixe de conhecer este importante personagem do samba, e confira a entrevista na íntegra:



- Quais são os violonistas que você admira?

Jorge Santos, Hélio D’elmiro para falar dos brasileiros que me influenciaram nos primeiros momentos. Baden não me influenciou tanto mas admiro muito não só pela escola de violão que ele criou mas também pelo compositor que foi. Dino e Rafael Rabelo que consolidaram o violão de 7 cordas, cada um a seu tempo. Dos atuais todos os da nova geração que estão na ativa merecem destaque, mas Rogério Caetano e Yamandu Costa são diferenciais.

- Quando você percebeu que queria aprender a tocar algum instrumento?

Meu pai era jornalista e violonista amador, boêmio e minha mãe também gostava de cantar nas reuniões familiares. Com aquele violão ali do lado, desde que nasci, era meio inevitável surgir em mim o interesse em aprender o instrumento. Isso aconteceu quando eu tinha uns dez anos de idade e meu pai me ensinou os primeiros acordes. 

- O que você costuma ouvir e quais são os ritmos que gosta de tocar?

Gosto de ouvir de tudo, principalmente hoje em dias as produções independentes. Tem muita coisa boa que não chega ao mercado para consumo. Gosto de samba, jazz e MPB.

- Pra você tocar, tocar é um dom que vem da alma ou provém do empenho?

 Um pouco de cada coisa. Os dois são fundamentais para a realização plena de um músico.

- Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira?

Eu tive o privilegio de trabalhar com Sivuca por sete anos em shows e gravações. Em estúdio trabalhei com grandes músicos dos quais destaco Luizão Maia, Rafael Rabelo, Wilson das Neves, João Donato, Cristóvão Bastos, Jotinha, Rildo Hora, Gilson Peranzzeta, Marçalzinho, Nico Assunção, Luizinho Avelar, Ivan Machado, Jamil Joanes, Beloba, Esguleba, Carlos Bala, Mauro Diniz, Humberto Araujo, Ze carlos Bigorna, Dirceu Leite e uma centenas de outros grandes nomes que não caberiam neste espaço aqui agora.

- Pra você, qual a diferença do violão 6 para o de 7 Cordas?

 O violão de seis é um instrumento que foi muito muito utilizado na musica popular para acompanhamento, embora existam grandes solistas também. O violão de 7 foi durante muito tempo um instrumento usado como contraponto no acompanhamento do choro e do samba. Acredito que Rafael Rabelo tenha sido o responsável por transformar o 7 cordas num instrumento solista e essa tem sido a tendência da história deste instrumento. As novas gerações têm procurado mais o 7 do que o 6 para o aprendizado.

- Por que escolheu o violão de 7 cordas ao invés de continuar no de 6 cordas?

 Essa pergunta não cabe pra mim. Sempre serei um violonista de seis cordas.

 - Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.

Pra quem pretende andre a tocar violão, de seis ou de sete, acho que o importante é escolher o instrumento onde o você se sinta mais confortável, mais íntimo. Não escolha por questões de mercado ou moda. Depois estude bastante, nunca deixe de tocar o instrumento. Existe uma máxima das antigas que diz que se você ficar suma semana sem tocar o seu instrumento a música também irá se afastar de você pelo mesmo período. É isso.

No vídeo abaixo, você confere a faixa "Trem da Central", lançada em 1987:



O autor também escreve suas ideias no 
http://blogdoclaudiojorge.blogspot.com.br/.



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