sábado, 11 de maio de 2013

Choro das Três: uma entrevista com a violonista Lia Meyer


As mulheres se tornaram protagonistas em todas as áreas de atuação humana, de modo que na música não foi diferente.

Um dos reflexos femininos na música popular atual é o trio Choro das 3, do qual a série “Trocando Ideia” pôde conhecer mais por meio da entrevista com a violonista Lia Meyer - que forma o trio ao lado das irmãs Elisa e Corina. Vale destacar que Eduardo Ferreira, pai das três, também integra o projeto tocando pandeiro. 

A instrumentista nos contou sobre os elementos fundamentais de sua formação musical que começou cedo, com 13 anos de idade, quando ganhou um violão de 7 cordas.

Confira o papo na íntegra: 



- Com quantos anos você começou a tocar?

Comecei a estudar flauta doce com 8 anos, e com 10 escolhi o violão. No entanto, somente aos 12 anos comecei a estudar choro. Até então estudava música clássica. Ganhei meu primeiro 7 cordas com 13 anos.

- Cite alguns nomes fundamentais na sua formação musical, principalmente no Choro.
Bom, são todos chorões, começando pelo mestre Dino 7 cordas, seguindo para os meus dois professores Ed Gagliardi e Luizinho 7 Cordas, e claro, os amigos que sempre me influenciaram e com quem sempre aprendi, e ainda aprendo, Arnaldo Silva (Arnaldinho do cavaco) e Zé Barbeiro, por exemplo.
- Já se apresentou ao lado de instrumentistas que admira?
Felizmente! Com todos que citei, com exceção do Dino, e com mais alguns, como Stanley Carvalho, Joãozinho do Cavaco, Antonio e Marcelo Galani, Zé da Velha, Silvério Pontes, entre tantos outros... Além das minhas irmãs, é claro... 
- Pra você, quais são as principais diferenças no manejo entre violão de 6 e 7 cordas?
Bom, o 7 cordas tem mais liberdade no acompanhamento, enquanto o 6 cordas tem que se basear no que o 7 está fazendo. Os dois trabalham em conjunto, o 7 cordas fazendo os baixos e harmonia e o 6 cordas fazendo basicamente a harmonia e as terças dos baixos principais e/ou de obrigação. O seis cordas de choro não é fácil, pois é um violão mais difícil de entender, de ouvir nos discos... é uma linguagem em extinção.
- Tocou algum instrumento que não fosse violão?
Flauta doce, mas me interesso muito por cello; inlcusive cheguei a ter algumas aulas, mas acabei parando por aí.
- Você e suas irmãs começaram a tocar ao mesmo tempo? Como foi esse processo?
Não. Mas todas começamos a estudar música com 8 anos. Eu e a Corina começamos com a flauta doce, mas a Elisa começou direto no bandolim. Começar a tocar juntas foi algo natural, afinal gostávamos do mesmo gênero e tocamos instrumentos que se completam. Este link é de um trecho da entrevista que fizemos para SESCInstrumental, onde contamos como tudo começou.
- Como se dá o seu processo de criação? É algo individual ou geralmente é coletivo?
Depende da música e da situação. Às vezes tiramos uma música juntas e já fazemos o arranjo. Assim vou fazendo a minha parte na hora e decidindo oque fica melhor. Outras vezes sento com o violão e uma folha pautada, ou uso o programa de partitura mesmo... Vou tocando e escrevendo.
- O que você diria às pessoas que querem se aprofundar no instrumento?
Que ouçam muitas gravações e assistam sempre que possível os músicos mais velhos. Sempre procure frequentar uma roda, mesmo que só para ouvir, e procure tocar o máximo possível com outras pessoas. Esteja sempre atento a sugestões, e algumas vezes correções dos músicos mais experientes (mesmo que estas correções não sejam ditas com a maior sensibilidade, sempre veja pelo lado positivo) e nunca tenha vergonha de perguntar. Lembre-se sempre: todos os músicos tem que estudar em casa, mas quem passa a vida estudando nunca toca. Músico tem que TOCAR.





Um comentário:

  1. E verdade a musica tem que ser compartilhada com outros musicos coisas que pouco vemos em roda de choro, ou de samba uma disputa disnecessaria, na musica nao tem rivalidade quem e melhor ou ruim o importantes e participa e ajuda a quem tem vontade de aprender.

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