segunda-feira, 20 de maio de 2013

Referência no 7 cordas, Rogério Caetano concede entrevista para a série "Trocando Ideia"


Por Vinicius Gonçalves


Um dos principais músicos de seu tempo, o violonista Rogério Caetano começou a caminhar entre as cordas universais da música ainda com seis anos de idade.

Autor de quatro discos, o instrumentista goiano encontrou solo fértil no panorama do choro, de modo que desenvolveu particularidades de estilo que fizeram suas músicas reverberarem em diversos lados do Brasil e do exterior. 

Em entrevista pela série “Trocando Ideia”, Rogério revela detalhes de como a música se tornou uma extensão de seu corpo: “com mais ou menos talento, o trabalho é fundamental, a convivência e intimidade com o instrumento devem durar até o fim dos nossos dias”. 

Confira a entrevista na íntegra: 





Quais são os violonistas que você admira? 

Do meu instrumento, Eu tenho uma grande admiração e respeito pelo Raphael Rabello, Dino 7 Cordas, os irmãos Valter e Valdir Silva, Carlinhos 7 cordas, Maurício Carrilho, Luizinho 7 cordas, Zé Barbeiro, Edmilson Capelupi, Alencar 7 cordas e dos meus contemporâneos Yamandu Costa, Fernando César, Félix JR, enfim, tem muita gente boa tocando por aí cada vez mais, Graças a Deus!

Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira?

Sim, já dividi o palco com grandes mestres como, Sivuca, Carlos Poyares, Hermeto Pascoal, Marco Pereira, Leandro Braga e da minha geração tenho trabalhos com Hamilton de Holanda, Daniels Santiago, 
Yamandu Costa, Eduardo Neves, Luis Barcelos, enfim muita gente boa!

Quando você percebeu que queria aprender a tocar a tocar algum instrumento?

Eu comecei a tirar algumas músicas de ouvido em um violão que meupai tinha. Isso se deu com mais ou menos 5 anos de idade.Meus pais perceberam que eu tinha uma aptidão musical boa e me colocaram em uma escola de música, e aí ganhei meu primeiro instrumento que foi um cavaquinho.

O que você costuma ouvir e quais são os ritmos que gosta de tocar?

Eu ouço de tudo, claro que muita coisa de música brasileira namaioria das vezes, muito choro, samba, música nordestina, seresta, e ouço muito também os grandes compositores eruditos como Bethoven, Borodin, Samuel Barber, Messian...Os nossos mestres Villa lobos, Radamés Gnattali, Tom Jobim, Baden Powell, Luiz Gonzaga entre vários outros.E com relação ao violão, ouço sempre Raphael Rabello, Dino 7 cordas,Hélio Delmiro, Marco Pereira, e a obra pra violão do AugostinBorrios e Garoto, sou apaixonado pelas composições deles.

Pra você, tocar é um tocar é um dom que vem da alma ou provém do empenho?

Acho que é uma mistura das duas coisas. Uma pessoa que tem muito talento tem mais facilidade de concretizar ascoisas no seu instrumento, mas uma pessoa com menos talento e muito esforçada também pode chegar a tocar em alto nível.Só sei que com mais ou menos talento, o trabalho é fundamental, aconvivência e intimidade com o instrumento devem durar até o fim dosnossos dias.
Isso é uma das coisas que acho mais apaixonantes no violão, todo diaaprendemos alguma coisa a mais, não tem fim!

Pra você, qual a diferença do violão 6 para o de 7 Cordas?

O7cordas é um violão que possui uma extensão maior.Tocar o violão de 7 cordas dentro da sua linguagem e não pensando comoum violão de 6 com uma corda a mais, é um privilégio que poucos tem.É um violão que trabalha com contrapontos e improvisos e é um elemento superimportante na condução da harmonia principalmente através do baixo cantado, que é a maneira de se conduzir os baixos, é um instrumento maravilhoso!

Por que escolheu o violão de 7 cordas ao invés de continuar no de 6 cordas?

Eu me apaixonei pelo violão de 7 cordas quando ouvi o mestre de todos os 7 cordas do Brasil, o grande Dino 7 Cordas que foi quem desenvolveu de formo muito feliz e definitiva a linguagem desse instrumento no nossa música.

Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.

Amigos, tacar é uma das coisas mais lindas e prazerosas que podemos fazer. Com certeza é uma das formas de nos aproximarmos de Deus e sermos felizes.Independente de sermos profissionais ou não, de termos uma carreira ou não, tocar é vida, é alegria, é tudo de bom! Toquem sempre meus amigos!
Um abração no coração de todos!

Do amigo Rogério Caetano.


"Mãos de Anjo" (Rogério Caetano/Fernando César) 
A Tribute to Raphael Rabello





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