segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um violonista paulista: uma conversa com Diego França

Entusiasta da escola contemporânea do violonistas, o paulista Diego França é inspirado por nomes como Horondino Silva, Luizinho 7, Rafael Rabelo, os irmãos Valdir e Valter, Zé Barbeiro, entre outros.

Em entrevista ao Arte do 7 Cordas, o violonista relembrou as fases de sua formação musical, que foi, segundo ele, iniciada pelo pai. Um dos episódios mencionados no papo se deu na infância: "meu pai colocava Fundo de Quintal, Martinho da Vila, Bezerra da Silva, Beth Carvalho pra eu ouvir e eu parava de chorar e dormia", explica.

No que se refere às diferenças entre as funções do violão de seis para o de sete cordas, ele define que “fisicamente é uma corda a mais. E na forma de tocar, o violão de 6 no choro e samba, harmoniza numa região mais aguda e muitas vezes dobra algumas escalas com o 7, que faz as baixarias de contraponto e harmoniza também, na região mais grave”.
Confira a entrevista na íntegra:



 - Quando você percebeu que queria aprender a tocar algum instrumento?

 O primeiro "culpado" foi meu Pai. Desde criança, quando eu chorava,  meu pai colocava Fundo de Quintal, Martinho da Vila, Bezerra da Silva, Beth Carvalho pra eu ouvir e eu parava de chorar e dormia. Quando comecei a crescer, já identificava o som de cada instrumento. O segundo "culpado" foi meu tio Wilhan, que quando a família se reunia, levava seu cavaco e tocava o dia inteiro, e eu ficava o dia inteiro do lado, fascinado com o som. Sinto muita saudade dos dois, que infelizmente já se foram.
 - O que você costuma ouvir e quais são os ritmos que gosta de tocar?
Ouço samba, choro, mpb, um pouco de rock, blues e todo tipo de música instrumental. Mas Samba e Choro são os que eu mais gosto de tocar.
 - Pra você tocar, tocar é um dom que vem da alma ou provém do empenho?
  Com certeza, vem da alma. Mas sem empenho e estudo é muito difícil evoluir.
- Quais são os violonistas que você admira?
 Vários. Horondino Silva, Luizinho 7,Rafael Rabelo,os irmãos Valdir e Valter, Zé Barbeiro, Sombrinha, Carlinhos 7, Rogério Caetano, Edimilson Capelupi...
- Já tocou ao lado de algum instrumentista que você admira?
 Já, Moacyr Luz, Sombrinha, Dino Barioni, Luizinho 7 Cordas, Mauro Diniz, João Poleto...
- Pra você, qual a diferença do violão 6 para o de 7 Cordas?
Fisicamente, uma corda a mais. E na forma de tocar, o violão de 6 no choro e samba, harmoniza numa região mais aguda e muitas vezes dobra algumas escalas com o 7, que faz as baixarias de contraponto e harmoniza também, na região mais grave.
- Por que escolheu o violão de 7 cordas ao invés de continuar no de 6 cordas ?
Sempre ouvi samba, desde criança. E o som do 7 cordas sempre atraiu meus ouvidos. O 6 foi só um trampolim, aprendi campo harmônico e logo depois fui aprender escala no 7.
- Deixe uma mensagem para quem quer aprender a tocar.
Ouça muita música, procure ver os seus mestres tocarem ao vivo, estude muita teoria e não deixe de colocá-la em prática. E a base de tudo para o 7 cordas, é o Choro. Fiz o caminho inverso, comecei tocando  samba e agora estou correndo atrás do Choro.


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